Em meados da virada do último século, os exames periciais documentoscópicos feitos pelos Peritos Criminais nas repartições das Polícias Civis e Científicas eram quase todos voltados para análise de cheques e demais títulos de créditos em vias físicas.

Os tempos mudaram e os cheques, hoje, são raríssimos de se ver.

Traçando uma linha cronológica, houve o aparecimento de muitos documentos digitalizados e fotografados, fato que já operou diversas mudanças importantíssimas nas análises periciais.

Hoje, o perito documentoscópico precisa ter conhecimento não só da documentoscopia tradicional, mas também da chamada “documentoscopia digital”, afinal, muitos contratos e documentos questionados têm sido elaborados de forma nato-digital, isto é, 100% em ambiente virtual, inexistindo qualquer via física do documento.

Os novos desafios aos peritos são justamente a análise forense destes documentos digitais, através de programas específicos, que permitem a leitura dos dados binários que constituem tais documentos.

Através de informações como data de criação, data de modificação, objetos constantes no documento, programas pelos quais o documento passou, o perito, através de minuciosa análise deve estar preparado para identificar possíveis vestígios que permitam declarar estes documentos digitais como falsos ou autênticos.

Em síntese, o perito documentoscópico deve estar constantemente em estudo, em aprendizado, afinal, as mudanças no mundo contemporâneo são rápidos e em grande quantidade.