Prezados leitores e leitoras que nos acompanham, tenho visto muitos peritos nomeados recusarem perícias que envolvam matérias de documentoscopia, sob a motivação de que são peritos que atuam exclusivamente em grafotecnia.

Neste momento, surge uma pergunta crucial a ser respondida: é possível um perito limitar-se à área grafotécnica, ignorando a documentoscopia?

A resposta é negativa. Embora haja opinião contrária, a comunidade científica, em caráter absolutamente majoritário, compreende que não há como atuar em grafoscopia sem conhecimentos, ao menos razoáveis, em documentoscopia.

Um exame grafoscópico isolado, sem o amparo de qualquer análise documentoscópica complementar, corre grande risco de apresentar um resultado ilusório, que pode prejudicar todo o intuito da produção da prova pericial.

Podemos dar um exemplo muito simples: um perito grafotécnico afirma que de determinada assinatura é autêntica, mas não analisou o documento em via física original. Como descartar que não trata-se de um documento falso, montado com o transplante de assinatura autêntica? Descartar tal hipótese só seria possível com a utilização de métodos documentoscópicos.

Portanto, em caráter conclusivo, temos por certo que um perito documental deve estar atento, sem seus exames, concomitantemente às áreas de grafoscopia e documentoscopia, afinal, a rigor, a grafoscopia é uma subárea incluída dentro da documentoscopia, área que, por sua vez, engloba uma enorme gama de exames de caráter documentais – e não somente gráficos.

Espero que vocês tenham gostado deste conteúdo.

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